A vontade de Deus a tens por grilhões
E escrita na areia, a lei te humilha;
E por beijá-la chegas à orelha,
Mar obediente, a força de repetições.
Em tua soberba mesma se detém,
Pois és humilde o bastante a resisti-la;
A ti mesmo sua prisão é maravilha,
Rica, por nosso mal, de nossos bens.
Quem deu ao pinho e a faia atrevimento
De ocupar dos peixes a morada,
E ao linho de estorvar o passo do vento?
Sem dúvida ver-te presa, encarcerada,
Pela cobiça do ouro macilento,
Ira de Deus ao homem encaminhada.
La voluntad de Dios por grillos tienes,
Y escrita en la arena, ley te humilla;
Y por besarla llegas a la orilla,
Mar obediente, a fuerza de vaivenes.
En tu soberbia misma te detienes,
Que humilde eres bastante a resistilla;
A ti misma tu cárcel maravilla,
Rica, por nuestro mal, de nuestros bienes.
¿Quién dio al pino y la haya atrevimiento
De ocupar a los peces su morada,
Y al Lino de estorbar el paso al viento?
Sin duda el verte presa, encarcelada,
La codicia del oro macilento,
Ira de Dios al hombre encaminada.
- Francisco de Quevedo
Do espanhol ao português.
E escrita na areia, a lei te humilha;
E por beijá-la chegas à orelha,
Mar obediente, a força de repetições.
Em tua soberba mesma se detém,
Pois és humilde o bastante a resisti-la;
A ti mesmo sua prisão é maravilha,
Rica, por nosso mal, de nossos bens.
Quem deu ao pinho e a faia atrevimento
De ocupar dos peixes a morada,
E ao linho de estorvar o passo do vento?
Sem dúvida ver-te presa, encarcerada,
Pela cobiça do ouro macilento,
Ira de Deus ao homem encaminhada.
A la mar
La voluntad de Dios por grillos tienes,
Y escrita en la arena, ley te humilla;
Y por besarla llegas a la orilla,
Mar obediente, a fuerza de vaivenes.
En tu soberbia misma te detienes,
Que humilde eres bastante a resistilla;
A ti misma tu cárcel maravilla,
Rica, por nuestro mal, de nuestros bienes.
¿Quién dio al pino y la haya atrevimiento
De ocupar a los peces su morada,
Y al Lino de estorbar el paso al viento?
Sin duda el verte presa, encarcelada,
La codicia del oro macilento,
Ira de Dios al hombre encaminada.
- Francisco de Quevedo
Do espanhol ao português.
Comentários
Postar um comentário